obesidade
19/02/2023 Por Anabol Loja Off

Obesidade: O Que É, Causas, Riscos à Saúde e Tratamentos Eficazes

A obesidade é uma das maiores preocupações de saúde pública do século XXI. Classificada como uma doença crônica e multifatorial, ela está diretamente associada ao aumento do risco de diversas outras enfermidades, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e até câncer. Seu tratamento exige uma abordagem multidisciplinar, envolvendo mudanças de comportamento, alimentação, atividade física e, em alguns casos, medicamentos ou cirurgia bariátrica.

Neste artigo, você entenderá o que é a obesidade, seus diferentes graus, causas, consequências, formas de tratamento e por que o acompanhamento profissional é essencial para resultados duradouros e seguros.


O Que É Obesidade?

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, resultante de um desequilíbrio energético entre a ingestão calórica e o gasto de energia. Ou seja, quando uma pessoa consome mais calorias do que gasta, o excedente é armazenado no corpo em forma de gordura.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a obesidade com base no Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado pela fórmula:

IMC = peso (kg) / altura² (m²)

Classificação do IMC:

IMCClassificação
18,5 – 24,9Peso normal
25 – 29,9Sobrepeso
30 – 34,9Obesidade grau I
35 – 39,9Obesidade grau II
≥ 40Obesidade grau III (mórbida)

Causas da Obesidade

A obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, resulta da interação de vários fatores:

1. Hábitos alimentares inadequados

  • Dietas ricas em açúcar, gordura saturada e produtos ultraprocessados;
  • Ingestão calórica elevada em relação ao gasto energético.

2. Sedentarismo

A falta de atividade física reduz o gasto energético e favorece o acúmulo de gordura corporal.

3. Fatores genéticos

A predisposição genética pode influenciar o metabolismo, o apetite e o padrão de armazenamento de gordura.

4. Fatores hormonais e metabólicos

Distúrbios como hipotireoidismo, resistência à insulina, síndrome de Cushing e ovários policísticos (SOP) podem favorecer o ganho de peso.

5. Fatores psicológicos

Ansiedade, depressão, compulsão alimentar e estresse crônico também contribuem para o aumento do peso.

6. Uso de medicamentos

Corticoides, antidepressivos e alguns antipsicóticos podem levar ao aumento de peso como efeito colateral.


Consequências da Obesidade para a Saúde

A obesidade está relacionada a diversas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e condições clínicas graves:

  • Diabetes tipo 2
  • Hipertensão arterial
  • Doenças cardiovasculares (infarto, AVC)
  • Apneia do sono
  • Dislipidemia (colesterol e triglicérides elevados)
  • Esteatose hepática (gordura no fígado)
  • Cânceres (mama, cólon, próstata, fígado, esôfago)
  • Osteoartrite e dores articulares
  • Problemas de fertilidade
  • Distúrbios psicológicos como baixa autoestima, depressão e transtornos alimentares

Além dos riscos físicos, a obesidade impacta diretamente a qualidade de vida e a expectativa de vida, reduzindo a mobilidade e a autonomia em estágios mais avançados.


Diagnóstico da Obesidade

Além do IMC, outros parâmetros ajudam a avaliar o risco metabólico associado à obesidade:

1. Circunferência abdominal

Indica o risco de doenças cardiovasculares:

  • Homens: risco aumentado ≥ 94 cm / risco muito alto ≥ 102 cm
  • Mulheres: risco aumentado ≥ 80 cm / risco muito alto ≥ 88 cm

2. Bioimpedância

Avalia a composição corporal (gordura, massa magra e água corporal).

3. Exames laboratoriais

Análise de glicemia, perfil lipídico, função hepática, hormônios tireoidianos, insulina e marcadores inflamatórios ajudam na identificação de comorbidades associadas.


Tratamento da Obesidade

O tratamento da obesidade deve ser personalizado e multidisciplinar, com foco na mudança de hábitos e controle de comorbidades.

1. Mudanças no estilo de vida

  • Reeducação alimentar, com orientação de nutricionista;
  • Redução calórica gradual;
  • Inclusão de alimentos ricos em fibras, proteínas magras e gorduras boas;
  • Prática regular de exercícios físicos (150 a 300 minutos por semana).

2. Acompanhamento psicológico

A terapia comportamental cognitiva auxilia na identificação de gatilhos emocionais para o excesso alimentar, compulsão e autoimagem.

3. Medicações

Em casos selecionados, o uso de medicamentos para emagrecer pode ser indicado, especialmente em pacientes com obesidade grau II ou superior, ou com comorbidades associadas.

Principais medicamentos:

  • Sibutramina: supressor do apetite (com receita médica especial – tarja preta);
  • Liraglutida (Saxenda): age no controle do apetite e saciedade;
  • Semaglutida (Ozempic, Wegovy): indicada para diabéticos e, em alguns países, para perda de peso;
  • Orlistate: reduz a absorção de gordura no intestino;
  • Mounjaro (tirzepatida): nova geração de agonistas duplos, com efeitos promissores no controle glicêmico e perda de peso.

Atenção: todos os medicamentos exigem prescrição médica e acompanhamento rigoroso, com análise dos riscos e benefícios.

4. Cirurgia Bariátrica

Indicada para obesidade grau III ou grau II com comorbidades, quando outras abordagens não tiveram sucesso. Pode ser realizada por diferentes técnicas (bypass, sleeve, entre outras) e exige acompanhamento vitalício com equipe multidisciplinar.


Alternativas Naturais e Suplementos

Embora não substituam tratamento médico, algumas abordagens complementares podem ajudar:

  • Chás termogênicos (hibisco, chá verde);
  • Suplementos naturais (psyllium, spirulina, picolinato de cromo);
  • Jejum intermitente, quando feito com orientação profissional;
  • Mindful eating (atenção plena ao comer);
  • Sono adequado e controle do estresse.

Essas práticas, aliadas à mudança de comportamento, podem potencializar os resultados e facilitar a adesão ao plano de emagrecimento.


Conclusão

A obesidade é uma condição complexa, que vai muito além da estética: ela é uma doença crônica com impacto profundo na saúde física, mental e social. Seu tratamento exige comprometimento, orientação profissional e mudanças estruturais no estilo de vida.

Ignorar o problema pode resultar em complicações sérias e perda de qualidade de vida. Por outro lado, o cuidado integral, com foco no bem-estar e não apenas na balança, é o caminho mais eficaz para resultados sustentáveis.

Buscar ajuda médica especializada é o primeiro passo para transformar a relação com o corpo, a alimentação e a saúde como um todo.